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Shura-chan? O que faz aqui? – Ele me colocou em pé. – E que carinha é essa?
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Errmm... Nada. Eu tenho que ir. – Ele segurou meu braço.
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Não. – Ele me analisou. – Seu rosto está terrível! Você vai me dizer o que
aconteceu. – Ele agora me olhava nos olhos e eu, sem conseguir me segurar mais,
o abracei forte e comecei a chorar. – Hey.. Está tudo bem, minha querida. – Ele
afagou meus cabelos e me abraçou carinhosamente. – Vamos tomar um sorvete, que
tal? – Ele segurou meu rosto e abriu um sorriso, eu apenas mexi a cabeça
positivamente e ele me segurou pela cintura. – Então vamos para o meu
apartamento, e depois chamo sua equipe, que tal? – Entramos no elevador e eu
apoiei minha cabeça em seu ombro e segurei sua cintura e ele não me soltou. Ele
me contou sobre seu dia, me contou histórias engraçadas dele com Squalo, me
contou sobre seu trabalho e eu ouvia cada detalhe e às vezes ria sem parar.
Zakuro era gentil, engraçado e muito simpático, não tinha como ficar de cara
feia perto dele. Ele não perguntou mais por que eu estava chorando e nem quem
tinha feito isso, ele apenas queria me fazer sorrir.
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Zakuro-kun, você é bem famoso lá no Rush, né? Quando você chegou, uma multidão
foi em cima de ti! – Estávamos sentados no sofá e eu apoiava minha cabeça em
seu colo e ele afagava meus cabelos.
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Na verdade, nem é pelo Rush... A maioria fica no meu pé para tentar conseguir
algum dinheiro, poder ou até um emprego na minha empresa. – Ele fitou o teto e
suspirou. – É chato ser rico. As pessoas não te olham pelo o que você tem por
dentro, elas só olham para o que tem em seu bolso.
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Eu não sei como é ser assim, mas eu vejo essas pessoas que só querem poder e
prestígio. Mas sabe... – Eu levantei a cabeça e me sentei ao seu lado. - ... Você
não tem que ligar para essas pessoas, elas sempre vão estar no seu pé, você só
tem que evitá-las. As pessoas que realmente se importam com você pelo o que
você é, você vai ter ao seu lado. – Ele abriu um sorriso e acariciou meu rosto.
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Obrigado, Shura-chan. – Ele olhou para a porta se abrindo e de lá saiu Squalo e
logo atrás, Nami.
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Estamos atrapalhando? – Nami perguntou fechando a porta atrás de si.
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Claro que não, né! – Corri e abracei os dois, eles me abraçaram e Squalo pegou
uma chave do seu bolso. – Meu Nowaki! – Ele me entregou a chave.
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Que tal uma corrida Shura-chan? – Nami estava com os olhos brilhando. Ela
chegou perto do meu ouvido e disse baixinho. – Assim você pode ganhar do
Zakuro! – Ela soltou uma risadinha e eu também.
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O que vocês estão cochichando ai? – Zakuro veio até nós.
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Nada! – Eu e Nami respondemos ai mesmo tempo.
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Que tal uma corrida, Zakuro-kun? – Me virei para ele e ele deu um sorrisinho de
canto.
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Está me desafiando, Shura-chan? Eu topo! Mas... – Ele me analisou. – Que tal
uma blusa emprestada?
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Deixe comigo! – Nami pegou de sua mochila um tomara que caia azul marinho e
logo em seguida um short curto. – Prontinho!
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Errm... – Analisei as roupas em minhas mãos. – Eu uso só a blusa mesmo.
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Não! – Os três disseram ao mesmo tempo e foram me empurrando para o banheiro. –
Coloque as duas peças!
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Tá bom, tá bom! – Entrei no banheiro e fechei a porta. – Ai, ai, ai... –
Comecei a me despir e colocar a nova roupa. O short ficou muito curto, nem
chegava na metade da coxa. A blusa, era bem frouxinha e caía um pouco sobre o
short. – Sério que tenho que vestir isso? – Disse baixinho.
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SIM! – Os três responderam do outro lado. ‘’Eles me ouviram?!’’, peguei minhas
roupas e saí do banheiro, e eles estavam em pé bem em frente.
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Então, como estou? – Eu dei uma rodadinha e Nami pegou as roupas da minha mão e
guardou-as na minha mochila.
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Está linda! Sinto orgulho de tê-la em nossa equipe! – Squalo me segurou pela
cintura e Zakuro apenas me analisava de cima a baixo.
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Está ruim, Zakuro-kun? – Disse meio sem jeito.
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Hã? O que? – Ele parecia ter saído de seu transe. – Você está maravilhosa! Sem
palavras para descrevê-la.
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Obrigada. – Abri um sorriso.
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Agora que a Shura-chan está lindona, vamos? – Concordamos e saímos do
apartamento, fomos até a garagem e eu entrei no meu Nowaki com a Nami e Squalo
foi com o Zakuro. – Olha Shura-chan, hoje vai ser uma corrida do topo da
montanha, até o fim. Ainda não sei quem vai correr, então não posso te dar
informações completas, mas tenho coisas para te dizer sobre a montanha... – Ela
começou a contar quando já estava saindo da garagem, seguindo o carro de
Zakuro. Devo lembrar que em Tóquio a fiscalização é bem leve, podemos acelerar
até 200 km/h sem que nos pare e eles nem desconfiam dos carros. Isso com
certeza é uma vantagem para os corredores. Em poucos minutos chegamos à montanha,
estacionei, mas antes de sairmos do carro tive que perguntar uma coisa à Nami.
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Errm... o Hibari vai estar aqui? – Perguntei tirando o anel do bolso.
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Provável. – Ele olhou o anel. – VOCÊ ESTÁ NOIVA?! – Ele ficou com os olhos
brilhando.
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Não é motivo de felicidade... – Contei-lhe todo o meu passado com Kyoya, e em
pouco tempo os olhos de Nami já não brilhavam e ela estava se segurando para
não gritar. – Então... É isso.
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Que... monstro! Não acredito que ele fez isso com você, Shura-chan! Você não
pode se casar com ele! – Ela segurou minhas mãos. – Posso não te conhecer
totalmente, mas não quero seu mal, Shura-chan!
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Obrigada, Nami-chan... Mas acho que não podemos fazer nada. – Nos abraçamos e
Zakuro bateu na janela. – Por favor, não conte a ninguém. – Ela bufou mas
assentiu. Eu guardei o anel no bolso do short e saí.
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Que demora heim! Vamos logo Shura-chan, a corrida já vai começar. – Zakuro me
deu uma piscadinha e entrou no seu carro e eu voltei a entrar no meu.